Consenso no Mercado
Especialistas do mercado financeiro já previam que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil adotaria uma postura de consenso na reunião desta quarta-feira (19). A decisão de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano foi unânime entre os diretores, evitando os ruídos internos causados pela votação dividida em maio.
Interrupção no Ciclo de Corte de Juros
Confirmando as expectativas, o Copom optou por pausar o ciclo de cortes na taxa de juros, mantendo a Selic em 10,50% ao ano. Esta decisão foi tomada de forma unânime pelos diretores do Banco Central: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.
Motivações para a Decisão
O comunicado do Copom destacou a incerteza no cenário global e a resiliência da economia doméstica, com projeções de inflação elevadas e expectativas desancoradas. Esses fatores justificaram a manutenção da taxa de juros. “A política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente para consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas em torno das metas”, afirmou o Comitê.
Comunicado Oficial do Copom
O ambiente externo continua adverso devido à elevada incerteza sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e a velocidade de queda da inflação em diversos países. Os principais bancos centrais estão empenhados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, num contexto de pressões nos mercados de trabalho. O cenário exige cautela de países emergentes.
Internamente, indicadores econômicos e do mercado de trabalho mostram um dinamismo maior que o esperado. A inflação ao consumidor está em trajetória de desinflação, mas as medidas de inflação subjacente ainda estão acima da meta. As expectativas de inflação para 2024 e 2025 são de 4,0% e 3,8%, respectivamente, segundo a pesquisa Focus.
As projeções de inflação do Copom situam-se em 4,0% para 2024 e 3,4% para 2025. Em um cenário alternativo, onde a Selic se mantém constante, as projeções são de 4,0% para 2024 e 3,1% para 2025. O Comitê avalia que há riscos tanto de alta quanto de baixa para a inflação e reafirma a importância de uma política fiscal crível para a sustentabilidade da dívida e ancoragem das expectativas de inflação.
Perspectivas Futuras
Diante do cenário atual, o Copom decidiu por unanimidade manter a Selic em 10,50% ao ano, destacando a necessidade de cautela devido à incerteza global e à resiliência econômica interna. O Comitê enfatiza que a política monetária deve permanecer contracionista para consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas. Eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão guiados pelo compromisso de convergência da inflação à meta.
Membros Votantes
Participaram da votação os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto, Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.
Fonte: Banco Central do Brasil