Garanhuns, 24 de junho de 2024 – Em uma reviravolta surpreendente, o atual prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino, tem sua gestão investigada pela Polícia Federal por suspeitas de fraude em licitações e contratos milionários com uma empresa possivelmente de fachada. Este mesmo prefeito, que em 2016 liderou protestos exigindo o impeachment da então presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora enfrenta acusações de corrupção em sua gestão.

De Líder dos Protestos ao Alvo de Investigação

Em 13 de março de 2016, Sivaldo Albino, acompanhado por seu filho Caio Albino e seu irmão Fá Albino, convocou a população de Garanhuns para ir às ruas contra a corrupção e a má gestão pública. Na época, ele enfatizou a importância do movimento em suas redes sociais, afirmando:

“Bom dia Amigos e Amigas! Hoje, 13 de Março será um momento histórico para Democracia Brasileira. Vamos às ruas de forma pacífica, contra a Corrupção, Desemprego, Inflação, pedir melhor Saúde e Educação pra todos nós. IMPEACHMENT da presidente Dilma JÁ! Aqui em Garanhuns a Concentração será no Relógio de Flores a partir das 10H. Venha você também fazer parte dessa História… Pelo nosso Bem! Pelo Bem do Brasil.”

O protesto reuniu cerca de 300 pessoas, de acordo com a Polícia Militar, e contou com palavras de ordem como “Lula na cadeia” e “Fora Dilma: Lula nunca mais”. Sivaldo Albino e seus aliados políticos se posicionaram como defensores da moralidade e da justiça.

Links das próprias redes do atual prefeito:

https://www.instagram.com/p/BC5ARdysbVH/
https://www.instagram.com/p/BC8Zes9MbbJ/
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10206268432053172&set=pb.1336880292.-2207520000&type=3
https://www.instagram.com/p/BCYm6xJsbTz/

Operação Helvécia: Contratos Suspeitos e Empresa de Fachada

Agora, oito anos depois, Sivaldo Albino está no centro de uma investigação federal. A Operação Helvécia, realizada em 20 de junho de 2024, cumpriu quatro mandados de busca e apreensão na sede da Prefeitura de Garanhuns e nas Secretarias de Finanças, Saúde e Educação. A investigação se concentra em contratos sem licitação, no valor total de aproximadamente R$ 18 milhões, firmados com uma ONG que apresenta indícios de ser uma empresa de fachada.

Os contratos, realizados em 2023, envolvem R$ 10 milhões e R$ 7,6 milhões, respectivamente. A Polícia Federal apreendeu documentos e mídias que serão analisados para verificar a existência de lavagem de dinheiro. Além disso, a empresa contratada não possui empregados registrados e é presidida por uma pessoa identificada como beneficiária de assistência social, levantando suspeitas de que seria um “laranja” no esquema.

Questões sobre Impeachment e Corrupção

Diante dessa situação, surgem questionamentos inevitáveis. O prefeito Sivaldo Albino, que outrora condenou a corrupção de forma tão veemente, deve agora enfrentar um pedido de impeachment? Deve ser rotulado de corrupto, assim como rotulou seus adversários no passado? Deve haver um pedido de prisão?

A situação atual de Sivaldo Albino é um lembrete contundente de que a justiça e a transparência devem ser mantidas de forma constante e vigilante, independentemente de quem esteja no poder. A população de Garanhuns, que uma vez marchou contra a corrupção, aguarda agora os desdobramentos das investigações e as consequências legais para seu líder municipal.

O cenário político de Garanhuns se encontra mais uma vez em ebulição, e a resposta a essas questões será crucial para definir o futuro da cidade e a credibilidade de sua gestão pública.