Nova Frente Popular Conquista Maioria Relativa, mas Precisa de Aliança para Governar
Em uma reviravolta inesperada, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular conquistou 182 assentos na Assembleia Nacional da França, tornando-se o maior bloco, mas sem obter a maioria necessária para governar sozinha. A coalizão governista de centro, Juntos, conseguiu 168 assentos, enquanto a extrema direita, representada pelo Reunião Nacional, obteve 143 assentos.
Cenário Eleitoral
O segundo turno das eleições, realizado no último domingo (7), registrou uma participação de quase 60% dos eleitores. A nova composição da Assembleia ficou da seguinte maneira:
- Nova Frente Popular (esquerda): 182 assentos
- Juntos (coalizão governista, de centro): 168 assentos
- Reunião Nacional (extrema direita): 143 assentos
Para a extrema direita, o resultado foi frustrante, apesar do crescimento expressivo no número de assentos. Marine Le Pen, líder do Reunião Nacional, havia projetado uma maioria absoluta, mas os resultados finais não corresponderam às expectativas.
“Nosso sucesso foi apenas adiado”, declarou Le Pen após a divulgação das pesquisas de boca de urna.
Mudanças no Governo
O primeiro-ministro Gabriel Attal, do Juntos, reconheceu a derrota e colocou seu cargo à disposição. Agora, caberá ao presidente Emmanuel Macron indicar um novo premiê, com base nos resultados das eleições.
Negociações e Alianças
Para governar, a Nova Frente Popular precisará formar alianças. Líderes do bloco de esquerda sugeriram a possibilidade de uma união com o centro, o que garantiria os 289 assentos necessários para a maioria. No entanto, a viabilidade dessa coalizão ainda é incerta devido a divergências significativas, como a reforma da Previdência.
Jean-Luc Mélenchon, uma das principais figuras da esquerda, afirmou que Macron deve reconhecer a derrota e buscar uma aliança com a Nova Frente Popular para formar um governo estável.
Repercussão Internacional
A vitória da esquerda francesa repercutiu internacionalmente. Autoridades e figuras públicas elogiaram a união das forças progressistas contra o extremismo. O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, destacou a importância do diálogo entre segmentos progressistas para defender a democracia e a justiça social. Na Polônia, o premiê Donald Tusk comemorou o resultado, apontando o alívio em Kiev e o desapontamento em Moscou.
Jogadores da seleção francesa de futebol, como Marcus Thuram, Tchouameni e Koundé, também celebraram o resultado. Kylian Mbappé, previamente, havia incentivado os eleitores a barrar o avanço do Reunião Nacional.